O senador Zequinha Marinho (PSC-PA) xingou agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) de “servidores bandidos e malandros”, após operação que apreendeu cerca de 5 mil litros de combustível clandestino na Vila Mocotó, da região Assurini, entre Senador José Porfírio e Anapu, no sudoeste do Pará. Sem apresentar provas, Marinho também acusou os agentes de queimar carros e casas durante a ação, que teve apoio da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (CBMPA). O Governo do Estado informou em nota que ainda não teve conhecimento sobre o conteúdo do vídeo.
Segundo o Ibama, o combustível apreendido era usado para abastecer maquinários usados no desmatamento ilegal. O material apreendido foi levado para Altamira. O Corpo de Bombeiros informou que os postos clandestinos também apresentavam riscos à população. A operação ainda constatou mais de mil hectares de desmatamento ilegal em terra indígena na região.
Após a apreensão do combustível, moradores ficaram revoltados e bloquearam os agentes. Estradas foram bloqueadas, pontes foram incendiadas e serras e a energia elétrica foi cortada com a derrubada de árvores.
Ainda no vídeo, o senador Marinho afirmou que a operação deveria ser suspensa e que a PM não deveria dar apoio aos agentes ambientais. Pelas redes sociais, ele afirmou que considera as ações como “truculentas” e disse que reuniu com o presidente do Ibama sobre o assunto.
A operação:
No último dia 16 de janeiro, a operação de fiscalização do Ibama apreendeu cerca de cinco mil litros de combustíveis em dois postos clandestinos. Revoltados com a apreensão, moradores bloquearam a saída dos agentes, fechando a única rodovia de acesso à comunidade. Árvores foram derrubadas e pontes foram incendiadas e serradas pela população.
Durante as ações, os agentes também constataram que mais de mil hectares foram desmatados na Terra Indígena Ituna Itatá somente neste mês de janeiro. A área indígena foi a mais devastada em 2019, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e registrou aumento de 700% no desmatamento entre 2018 e 2019.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), grileiros que se apossaram das terras indígenas protegidas por lei já começaram a criação de gado de forma ilegal.