Populares e familiares de Weder Alves da Silva, assassinado no dia 4 de janeiro de 2001, saíram do fórum de Rio Maria indignados com o final do julgamento, pois apesar dos ex-policiais federais terem sido condenados a 33 anos de prisão em regime fechado, saíram do fórum em liberdade. O motivo é que os advogados de defesa recorreram do resultado do julgamento e como os réus aguardavam o júri soltos, tem o direito de aguarda a apreciação do recurso de segunda instância em liberdade.
O julgamento que durou quase 24 horas teve início na manhã de terça-feira (29) e terminou por volta das 7h desta quarta-feira (30), sob a presidência do juiz Edivaldo Saldanha Sousa, da Comarca de Rio Maria. Os réus Pedro Alexandre de Sousa Gonçalves e Francisco Aurélio Alves de Oliveira, foram considerados pelo conselho de sentença, os autores dos crimes de duplo homicídio qualificado e três tentativas de homicídio que vitimou fatalmente o jovem Weder Alves da Silva, além de outras três pessoas que também estavam na van e foram espancadas com coronhadas de pistolas.
ACUSAÇÃO: O Ministério Público denunciou que os ex-policiais podiam não ter a intenção de executar Welder, mas assumiram o risco de matar quando atiraram na direção da van. De acordo com os promotores Franklin Jones e Daniel Menezes, no dia do crime os réus estavam embriagados, pois antes do delito haviam passado por vários bares da cidade ingerindo bebida alcoólica e que após cometer a tragédia, fugiram para Marabá, onde se apresentaram na Superintendência da Polícia Federal, mas relataram os fatos recheados de mentiras, inclusive ocultando as armas usadas no crime que abalou a opinião pública de Rio Maria e região.
DEFESA: Já a defesa dos acusados sustentou que os réus estavam fazendo a segurança do ex-prefeito Agemiro Gomes e que a van atingida pelos disparos estava em atitude suspeita e que por isso eles atiraram. Ainda segundo a defesa, embora ela respeite a decisão do conselho de sentença, resolveu recorrer do resultado do julgamento.
Segundo especialistas da área do Direito ouvidos pela reportagem, o recurso apresentado pelos réus para anular a sentença, pode levar de 1 a 2 anos para ser julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado em Belém, quando só então eles deverão começar a cumprir a pena. Porém, essa decisão vai depender de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a validade da prisão após condenação em segunda instância.