Pau D´arco

Audiência discute destino de famílias que vivem em fazenda onde ocorreu chacina de Pau D’arco

A reunião discutiu a remoção dos trabalhadores do local. Famílias ainda não sabem para onde irão e nem o destino das colheitas das plantações.

Agricultores e fazendeiros participaram de uma audiência pública nesta segunda-feira (3) no fórum de Redenção, no sudeste do Pará. A reunião discutiu a remoção de cerca de 130 famílias que ocupam a fazenda Santa Lúcia, em Pau D’arco. A fazenda foi onde 10 pessoas foram assassinadas durante o cumprimento de um mandado de prisão em maio de 2017.

Fazenda onde ocorreu a chacina de Pau D’arco

Um dos pontos discutidos na audiência foram os métodos que serão usados para a retirada das famílias. Os trabalhadores querem saber para onde serão levados depois da reintegração de posse. Além disso, os ocupantes querem discutir questões relativas ao destino das colheitas das plantações. A terra está sendo cultivada pelos trabalhadores desde há quase três anos.

Antes da audiência, as famílias já haviam conseguido suspender na Justiça um termo de reintegração de posse. O mandado seria cumprido entre os dias 27 e 31 de janeiro.

Entenda o caso

Em 2017, uma ação das Polícias Civil e Militar deixaram 10 pessoas mortas no episódio que ficou conhecido como “Chacina de Pau D’arco”. Segundo o Governo, os policiais estavam no local apara o cumprimento de 14 mandados de prisão preventiva e temporária contra suspeitos de envolvimento no assassinato de um segurança da fazenda.

Entre os mortos, estão nove homens e uma mulher. Quatro das dez vítimas tinham mandados de prisão decretados. Segundo a Polícia Civil, os agentes apenas revidaram os ataques realizados pelos ocupantes, que estariam escondidos na fazenda.

Ainda de acordo com o Governo, somente após a troca de tiros é que os policiais constataram que dez pessoas foram mortas. Nenhum policial ficou ferido. Uma grande quantidade de armas foi apreendida no local.

O caso gerou uma reação da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Segundo o órgão, o episódio foi categorizado como um massacre, que expõe a escalada de violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais.

 

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