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Caminhoneiros não descartam paralisação no Pará

Assim como no restante do país, categoria está dividida no Estado. Sintracarpa, que representa cerca de 25 mil trabalhadores, diz que vai aderir à mobilização nacional

Sindicato fala sobre possibilidade de paralisação, mas a aderência dos profissionais ainda é baixa | Foto reprodução

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Transporte de Cargas do Pará (Sintracarpa) não descarta a paralisação da categoria no Estado. Em todo o País, a categoria está dividida, mas uma parcela considerável de caminhoneiros começa a aderir à greve iniciada nesta segunda-feira (26), dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas. O principal ponto de reivindicação é o preço do diesel, mas o grupo também pede um piso mínimo para frete e melhores condições de trabalho.

“Nós vamos aderir sim aqui. Até porque nós temos interesse na causa. Então, vamos estudar o melhor momento, a melhor situação, porque ninguém pode ficar de braços cruzados”, declarou Edilberto Ventania, diretor do Sintracarpa. “Nós vamos pela logística toda. Vamos para infraestrutura, combustível, salário, frete. Não é só o combustível. É uma série de situações que realmente a gente discute. Nós temos uma situação que é o macro, que é o foco do combustível? Temos, porque vai inserir no salário, queira ou não, isso não mexe no bolso do trabalhador. Aí vem a questão do frete. Nós vamos nos mobilizar sim. Tudo o que for em melhoria da questão da classe trabalhadora, nós vamos nos mobilizar”.

Segundo ele, em todo o território paraense, considerando as mais de 200 empresas de transporte, o Sindicato representa mais de 25 mil trabalhadores. Na última sexta-feira (23), a categoria conversou com um grupo de São Paulo para tratar sobre a mobilização no Pará. “Está vindo inclusive um rapaz de lá pra ver como vamos tratar esse tipo de posição. Não queremos criar um caos, mas queremos ser escutados. Estamos conversando com a rapaziada, para ver quais as diretrizes que vamos tomar”, afirma.

Em entrevista ao Grupo Liberal no último domingo (25), o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens no Estado do Pará, Eurico Tadeu Santos, informou que essa categoria não pretendia participar da greve, com o argumento de que o valor do diesel “não é um problema do caminhoneiro, mas da sociedade”.

A categoria também está dividida no restante no País. A atual greve, foi convocada ainda no mês passado por líderes que promoveram a paralisação em 2018. Os caminhoneiros se opõem ao aumento no preço dos combustíveis e reclamam da falta de atenção do governo federal em programas voltados aos trabalhadores do setor.

Em 2018, a paralisação dos caminhoneiros gerou vários impactos no Pará. Na ocasião, por exemplo, alguns setores da construção civil sofreram com a falta de material, o que gerou atraso em algumas obras. Também atingiu o abastecimento de supermercados, a produção de agricultores e até o funcionamento dos Correios e prefeitura do interior, por falta de combustível.

“Aquela mobilização foi feita em nível nacional. O nosso estado foi o segundo ou terceiro a entrar na situação. Mas aquilo ali foi uma série de situações pautadas, que foi a questão do combustível, que era a situação maior, e a questão abusiva, como está nesse momento. Isso atinge não só na base dos caminhoneiros, mas no próprio proprietário de veículos. É um absurdo você colocar no motor do seu carro um combustível de sete reais. Tem a questão da segurança, da carga horária do trabalhador, sobre essa questão da lei, mas isso é uma questão mais interna.  E hoje, por incrível que pareça, a gente mostrou para todo mundo que o caminhoneiro é o maior transportador de cargas para todo o Brasil. Quando toma um procedimento desse de parar, e nós somos a categoria que menos faz protesto, mas quando tomamos uma atitude, é porque está doendo demais, está doendo no bolso do trabalhador e o sindicato é cobrado”, completou Edilberto Ventania.

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