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Uma em cada cinco mulheres tem transtornos mentais comuns no Brasil

Relatório diz que os casos de transtorno são mais comuns na população feminina devido à sobrecarga física e mental das mulheres no trabalho

Uma em cada cinco mulheres apresenta Transtornos Mentais Comuns (TMC) no Brasil, e a taxa de depressão é, em média, mais do que o dobro da verificada entre homens. Os dados, do Instituto Cactus, são de 2021 e foram revelados pelo relatório Alerta Amarelo.
São enquadrados como TMC sintomas depressivos, estados de ansiedade, irritabilidade, fadiga, insônia, dificuldade de memória e concentração e queixas que não preenchem critérios formais suficientes para diagnóstico.

A população feminina está na linha de frente da educação, formando 80% do quadro de professores da educação básica, e da saúde – um dos setores mais pressionados durante a pandemia de coronavírus. “Elas são a mola propulsora da economia do cuidado não remunerado”, explica o texto.
Valéria de Sousa Costa, 42 anos, tenta equilibrar o tratamento mental, os afazeres domésticos e o cuidado com os filhos. Ela foi diagnosticada com depressão, ansiedade e síndrome do pânico há 12 anos, após se divorciar do ex-marido e passar a cuidar dos filhos só.
“No início, não aceitei, fiquei um ano lutando contra o diagnóstico. Após uma amiga insistir muito, comecei o tratamento com psicólogo e, depois, psiquiatra. Cheguei a ser internada por oito meses, e foi uma época muito difícil por ter que ficar longe dos meus filhos”, lembra.
Mãe de dois, Valéria quase desistiu da internação. “Meus filhos, pequenos, não aceitavam. Eles pediam para ficar comigo, embaixo da cama. Quis sair no meio do tratamento, mas eu não tinha condições de cuidar de mim mesma e deles.”

Pandemia: Levantamento de julho do Conselho Nacional de Secretaria de Saúde aponta para aumento estrondoso de casos de adoecimento mental no país após o início da pandemia de Covid, em 2020: os diagnósticos de depressão cresceram 41% no Brasil entre o período pré-pandêmico e o primeiro trimestre de 2022.
O relatório do Feliciência ainda destaca que o Brasil já era o país com a maior incidência de depressão na América Latina antes da pandemia, além de ocupar o primeiro lugar no ranking mundial de casos de ansiedade. “Existe um sofrimento claro. Precisamos colocar essas informações na mesa e enfrentar, de verdade, os transtornos mentais”, relata Carla Furtado, mestre em psicologia e coordenadora do relatório.

O relatório Alerta Amarelo — Panorama da Saúde Mental do Trabalhador Brasileiro e Perspectivas de Prevenção e Enfrentamento, do Instituto Feliciência, será publicado em 5 de setembro, no portal da organização.
Em caso de pensamentos suicidas, o Centro de Valorização da Vida (CVV) disponibiliza o Portal Disque 188. Você também pode conversar com um voluntário do CVV ligando para 188 de todo o território nacional. É um serviço gratuito de apoio emocional, que funciona 24h por dia, diariamente, sem exceção de feriados, sábados e domingos. (A Notícia Portal / com informações de Correio de Tocantins).

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