As manifestações em protesto ao resultado das eleições 2022 continuam em todo o país e o clima de tensão aumenta.
Nesta sexta-feira (9), após 40 dias de silêncio, o presidente falou pela primeira vez publicamente após fim das eleições que declarou Luiz Inácio Lula da Silva como eleito. Em frente o palácio da Alvorada, onde há uma grande mobilização de apoiadores, Bolsonaro ouviu um grupo de indígenas e depois discursou por 15 minutos.
Na sua declaração, umas das falas que se destacaram foi a importância das forças armadas:
“As forças armadas são essenciais em qualquer país do mundo. Sempre disse ao longo desses 4 anos, que as forças armadas são o último obstáculo para o socialismo. As forças armadas, assim com eu, devem lealdade ao nosso povo”.
Ele falou sobre sua responsabilidade, faz pedido ao povo, e justifica seu silêncio:
“Se algo der errado, é porque perdi minha liderança. Eu me responsabilizo pelos meus erros. Mas peço a vocês: Não critiquem sem ter certeza absoluta do que está acontecendo. Alguns falam do meu silêncio. Há poucas semanas, se eu saísse aqui e desse bom dia, tudo seria deturpado”.
Sobre a eleição de Lula, ele declara:
“Não tivemos o devido cuidado para escolher a pessoa certa, mas as coisas vão mudando. Nada como o tempo pra fazer cada um de nós melhor”.
O presidente também fala que a responsabilidade não é só dele:
“Não é ‘eu autorizo’ não. É o que eu posso fazer pela minha pátria. Não é jogar a responsabilidade pra uma pessoa. Eu sou exatamente igual a cada um de vocês que está aqui”.
Sobre o que pode acontecer, o presidente diz que o povo é quem decide.
“Quem decide o meu futuro, pra onde eu vou, são vocês. Quem decide pra onde vai as forças armadas, são vocês. Quem decide pra onde vai a câmara e o senado, são vocês também”.
A partir de 2023, com a posse de Lula, Bolsonaro perde o “foro privilegiado” que lhe dá direito a responder a processos apenas no Supremo Tribunal Federal (STF). Para a justiça, ele se torna um ser comum e as 58 denuncias de crime comum contra ele devem ser julgadas na 1ª instância, mas o STF pretende segurar algumas denúncias. Bolsonaro se tornou alvo de inquéritos após questionar o processo eleitoral e as urnas.
Neste domingo (11), o presidente Bolsonaro participou da cerimônia de troca da bandeira no Palácio da Alvorada e também se aproximou dos manifestantes, acenou, mas, desta vez, não proferiu nenhuma palavra.
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