Economia

Prévia da inflação tem maior aumento para agosto desde 2002

No ano, índice acumula avanço de 5,81% e nos últimos 12 meses, de 9,30%.

Alta foi puxada pelo aumento de 5% na energia elétrica e de 2,05% na gasolina. No ano, índice acumula avanço de 5,81% e nos últimos 12 meses, de 9,30%.

Puxado pelo aumento da energia elétrica e da gasolina, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou a alta para 0,89% em agosto, após registrar taxa de 0,72% em julho, informou nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o índice acumulou alta de 5,81% e, em 12 meses, de 9,30%, acima dos 8,59% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, ficando ainda mais acima do teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação deste ano, que é de 5,25%.

O resultado veio pior do que o esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,82% para o período.

Com aumento de 5%, a energia elétrica exerceu o maior impacto individual no IPCA-15, respondendo sozinha por 0,23 ponto percentual no índice do mês.

Com aumento de 5%, a energia elétrica exerceu o maior impacto individual no IPCA-15

A alta é explicada, sobretudo, pela entrada em vigor da bandeira tarifária de vermelha patamar 2, que passou a cobrar R$ 9,49 a cada 100kWh consumidos, após reajuste de 52%. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243. A mudança de bandeira ocorre diante da crise hídrica, que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara.

Além disso, pesou também na inflação da energia reajustes tarifários em cidades como Belém, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

A maior pressão veio do aumento da gasolina (2,05%), cuja variação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 39,52%. A gasolina contribuiu sozinha por 0,12 p.p. do IPCA-15 de agosto.

Também subiram os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%), enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%.

Juntas, a energia elétrica e a gasolina responderam por 0,35 ponto percentual, ou mais de um terço, da inflação no mês, segundo o IBGE.

Os preços do gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%) também subiram em agosto.

Entre os grupos, as maiores pressões de alta no mês vieram dos transportes, com aumento de 1,11%, seguida por alimentação e bebidas (1,02%). A única queda em agosto foi em saúde e cuidados pessoais (-0,29%).

Segundo o IBGE, todas as áreas pesquisadas apresentaram inflação em agosto. O menor resultado ocorreu em Belo Horizonte (0,40%). Já a maior variação foi registrada em Goiânia (1,34%).

O custo da alimentação no domicílio passou de 0,47% em julho para 1,29% em agosto.

Na alimentação fora do domicílio (0,35%), o movimento foi inverso, influenciado pela desaceleração da refeição (0,10%), que havia registrado alta de 0,53% em junho.

A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 5,25% ao ano.

A expectativa do mercado financeiro para a inflação de 2021 é de 7,11%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Com isso, a projeção dos analistas segue cada vez mais acima do teto do sistema de metas.

Já a expectativa dos analistas para a taxa Selic no fim do ano permanece em 7,5%, o que pressupõe novas altas nos próximos meses. Parte dos analistas já aposta em uma elevação maior do que 1 ponto percentual na reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Centra.

Para 2022, o mercado financeiro estima uma inflação de 3,93%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se oscilar de 2% a 5%. (Informações G1)

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