A Polícia Federal divulgou, na noite desta quarta (10), um balanço da Operação ‘Pará Bellum’, que investiga suspeitas de fraude na compra de respiradores da China no Pará, no valor de R$50,4 milhões.
Segundo a PF, a perícia também constatou que a SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos, empresa responsável pela venda, não detinha habilitação técnica com os equipamentos e não havia justificativa para a escolha da empresa.
O governador Helder Barbalho afirmou que compra atendeu padrões estabelecidos pela Agência de Vigilância em Saúde (Anvisa), obedecendo aos parâmetros estabelecidos pela medicina brasileira.
Já a empresa emitiu nota afirmando que equipamentos e valores em posse da fábrica chinesa não foram devolvidos e que “assumiu sozinha a responsabilidade e já ressarciu 90% do valor ao governo do Pará”.
Dos 400 respiradores adquiridos, o governador recebeu 152 no aeroporto de Belém. Os equipamentos chegaram a ser enviados para hospitais em Belém e no interior do estado, antes do governo anunciar que eles não serviam para pacientes de Covid-19.
Mensagens trocadas entre o governo e representante da empresa, ainda segundo a PF, mostram que o governador já teria conhecimento dos atrasos para a chegada e da troca do modelo de ventiladores pulmonares.
O governador Barbalho disse que agiu “a tempo de evitar danos ao erário público” e que “todos os produtos comprados vinham com especificações a contento dos padrões brasileiros. Produto licenciado pela Anvisa e vindos de empresa reconhecida pela embaixada chinesa”.
Barbalho também afirmou, em coletiva nesta quarta, que proibiu o uso pois os produtos seriam diferentes do que havia comprado e que determinou o contato com a fábrica na China: “ou nos davam os respiradores conforme o comprado ou nos devolviam o valor pago”, disse.
(G1 Pará)