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Audiência Pública na Alepa cobra cautela na criação de novas áreas indígenas no Pará

A Funai já manifestou interesse em outras áreas que se sobrepõem em terras indígenas regularizadas, de forma que essas glebas federais rurais devem ter seus limites ajustados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Parlamentares, representantes de órgãos públicos e entidades rurais participaram nesta quarta-feira (23), de uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) para discutir a necessidade de maior precaução nos processos de declaração de novas terras indígenas (TIs) no estado.

A Funai já manifestou interesse em outras áreas que se sobrepõem em terras indígenas regularizadas, de forma que essas glebas federais rurais devem ter seus limites ajustados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Solicitada pelo deputado estadual Torrinho Torres (MDB), a audiência buscou esclarecimentos da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) sobre a insegurança jurídica enfrentada por produtores rurais, diante da circulação de listas não oficiais de áreas supostamente em estudo para demarcação.

“O Pará precisa continuar produzindo, e isso exige segurança jurídica. Não se pode garantir um direito anulando outro”, afirmou o deputado. Segundo ele, rumores sobre mais de 45 municípios afetados por possíveis demarcações causam pânico, desvalorização de terras e incertezas sobre o futuro de famílias que vivem nessas regiões há décadas.

A Funai já manifestou interesse em outras áreas que se sobrepõem em terras indígenas regularizadas, de forma que essas glebas federais rurais devem ter seus limites ajustados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Atualmente, cerca de 24,5% do território paraense já está reconhecido como terra indígena. Parlamentares alertaram para a necessidade de equilíbrio, transparência e diálogo entre instituições como Funai, Iterpa e Incra, a fim de evitar sobreposições e conflitos fundiários.

A deputada Maria do Carmo (PT) defendeu mais integração entre os órgãos envolvidos, enquanto o presidente do Iterpa, Bruno Kono, reforçou que os processos precisam ser baseados em informações claras e compartilhadas. “Não se pode iniciar uma regularização e paralisar tudo por falta de alinhamento entre os entes públicos”, disse.

Bruno Kono lembrou que o Pará é um dos estados que mais emitiu títulos coletivos de terra para comunidades tradicionais. Em seis anos, o Iterpa já concedeu cerca de 37 mil títulos de terra.

Janete Carvalho, diretora da Funai, reiterou que o órgão atua na defesa dos direitos dos povos indígenas, mas reconheceu a importância de não gerar instabilidade: “Não interessa a ninguém criar insegurança jurídica”.

Um dos casos citados foi o da Gleba Federal Rural Água Limpa, em Medicilândia, onde a sobreposição com a Terra Indígena Arara causou preocupação local. A Funai esclareceu que o território é tradicionalmente ocupado pelo povo Arara e que ajustes nos limites devem ser realizados pelo Incra. ( A Noticia Portal com informações de Comunicação Social Alepa/ Fotos: Baltazar Costa)

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