São Felix do Xingu

SÃO FELIX DO XINGU: Moradores denunciam violência e destruição dentro da Terra Indígena Apyterewa

Há mais de duas semanas na região, operação conjunta do Ibama, Força Nacional e Funai busca retirar moradores que vivem dentro da TI Apyterewa, no Pará

Foto: Gabriel Araújo.

Em Seção Ordinária da Câmara Municipal de São Félix do Xingu, realizada nesta quarta-feira (25), moradores da região da Terra Indígena Apyterewa relatam o abuso de autoridade e violência durante a Operação, de Desintrusão que conta com a participação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Funai (Fundação Nacional do Índio) e Força Nacional. Conforme apurado, a ação busca retirar moradores não índios da Terra Indígena Apyterewa, mas vem resultando na destruição de casas, suposto envenenamento de cisternas e truculência.

A Terra Indígena Apyterewa foi homologada em 2007, mas já passa por um longo processo de criação que data do início dos anos 90. A região conta com ações judiciais que já passaram pelo Superior Tribunal Federal (STF) e estão no aguardo de audiências públicas para conciliação entre as partes envolvidas, como determinado pelo Ministro Gilmar Mendes.

De acordo agricultores, diversas casas foram incendiadas, assim como uma igreja e cisternas e poços foram envenenados. “A polícia me deu ordem para eu sair da minha residência em três dias. Eu consegui fazer só uma viagem, porque meu carro é pequeno. Quando eu voltei para a segunda viagem, soube que eles tinham tocado fogo, queimou todas as minhas coisas. Meu barraco, meu arroz, meu milho, minhas coisas dentro do barrado. Destruiriam tudo”, afirma Lucina Batista, moradora da vicinal Um.
Conforme relatado por moradores, um abrigo provisório está sendo construído para que famílias que tiveram suas residências destruídas e não possuem condições de se manter possam ter onde ficar. Até a publicação desta reportagem, há relatos de, pelo menos, 13 casas incendiadas e completamente destruídas, além de uma igreja que também foi destruída.

Foto: Gabriel Araújo.

Conforme relatado por moradores, um abrigo provisório está sendo construído para que famílias que tiveram suas residências destruídas e não possuem condições de se manter possam ter onde ficar. Até a publicação desta reportagem, há relatos de, pelo menos, 13 casas incendiadas e completamente destruídas, além de uma igreja que também foi destruída. A Reportagem entrou em contato por telefone e e-mail com as assessorias de imprensa do Ibama e do Ministério da Justiça, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta do Ministério da Justiça.

O Ibama afirmou que a operação está embasada em decisão judicial que garante a reintegração de posse de toda a região para os órgãos competentes e que se trata de uma área que sofre com invasões e desmatamento ilegal. (Fato Regional)

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