Antônio Silvério dos Reis, conhecido por ‘Antônio Rural’ e Ocimar Arantes do Prado chegaram à delegacia de Redenção sem falar nada. Um forte esquema de segurança com várias viaturas e muitos policiais fez o traslado dos acusados de Tucumã até Redenção. Eles são apontados pelos delegados como os mandantes do assassinato do sindicalista Carlos Cabral. Na chegada a delegacia de Redenção os suspeitos se mantiveram em silêncio. Um farto armamento e muita munição foram encontrados nas propriedades dos acusados.
De acordo com os delegados, a disputa por terra na região Apyterewa, também conhecida por ‘Paredão’ na zona rural de São Félix do Xingu, foi a razão da morte do sindicalista Carlos Cabral, ocorrida no último dia 11. Além de presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, Cabral também estava dirigindo a Associação de Trabalhadores Rurais ‘Bom Jardim’ na região da Apyterewa.
Durante a coletiva de imprensa, os delegados afirmaram que existem indícios que comprovam que Antônio Rural e Ocimar Arantes têm envolvimentos direto com a morte do sindicalista. “Existem elementos contundentes formalizados nos autos de investigação, de que Carlos Cabral já havia sofrido duas tentativas de homicídio por parte dos ora mandantes; e que eles trabalharam para que o crime não acontecesse na reserva indígena Apyterewa, para que Cabral não se tornasse um mártir, por isso o assassinato foi realizado na cidade de Rio Maria, para desvincular de crime por conflito agrário”, explicou o delegado da DECA, Antônio Mororó.
Os delegados disseram ainda que Ocimar Arantes e Antônio Rural são grileiros de terra e que ambos se denominaram donos de grandes áreas dentro da Apyterewa, assim criando um conflito com Carlos Cabral que também pleiteava pequenos lotes, para si próprio e para os membros da associação que ele dirigia dentro da área.
MAIS: A polícia também tenta prender um terceiro homem acusado de mandante da morte do sindicalista, ele é Vicente Paulo Terencio, conhecido por ‘Paulinho do Ditão’. Os delegados divulgaram um disque- denúncia que é o 181. “Qualquer informação que nos leve até esse homem será de grande importância, a pessoa que ligar não precisa se identificar”, explicou o delegado.
Nossa reportagem tentou falar com os acusados, mas não foi possível. Perguntado aos delegados se os suspeitos negam ou confirmam suas participações no crime, as autoridades disseram que os mesmos ainda não tinham sido ouvidos, mas que os elementos investigados e juntados no processo apontam que eles são os mandantes sim da morte do sindicalista.
EQUIPE: As investigações e prisões estão sendo comandadas pelos delegados Antônio Mororó, Delegacia de Conflitos Agrários (DECA); José Humberto, Diretor de Polícia do Interior e Carlos Cesar, delegado de Rio Maria. (Lourivan Gomes/da redação)