Parauapebas/PA – Um bebê nasceu morto após a mãe, em trabalho de parto, ser mandada duas vezes para casa no Hospital Geral de Parauapebas (HGP), no sudeste do Pará. A criança, uma menina, nasceu dentro do carro, quando a mãe seguia para Marabá, com o marido, onde ira tentar realizar o parto após a recusa do médico que a atendeu o HGP. O bebê foi sepultado nesta quarta-feira (28), em Marabá.
Em entrevista ao NNC, a mãe, que terá o nome preservado, porque seu esposo é servidor público municipal e há o medo de represália, detalha que ao começar a sentir as dores do parto foi levada pelo marido para o HGP, onde chegou por volta de 21h. Ao ser atendida, o médico que a examinou, que ela não lembra o nome, disse que ela ainda não estava com dilatação para ter o bebê e a mandou para casa.
As dores se intensificaram e, por volta de 22h30, ela voltou ao hospital e, mais uma vez, recebeu o diagnóstico que ainda não estava com dilatação para ter a criança e foi mandada para casa. Por conta de mais uma negativa e já decepcionada com o atendimento recebido no hospital no momento em que deveria ser amparada, por estar sentido muitas dores, seu marido decidiu levá-la para Marabá, onde iria buscar um melhor atendimento.
No entanto, ao passar a cidade de Eldorado do Carajás, as dores aumentaram e ela entrou em trabalho de parto, tento o bebê dentro do carro com o auxílio do marido. Ao nascer, a criança não teve nenhuma reação e logo veio o desespero, com a suspeita de que ela estava morta. Imediatamente eles voltaram para a cidade de Eldorado e seguiram para o Hospital Municipal, onde o medico que os atendeu, após examinar a criança, disse que o bebê tinha morrido dentro do útero, por ter passado da hora de nascer. Segundo a mãe, ela fez corretamente o pré-natal e todos os exames realizados mostraram uma gravidez normal, sem qualquer alteração. “Meus exames estavam todos normais. Eu perdi minha filha por negligência médica, porque passou da hora de nascer. Se tivessem me internado e feito o procedimento correto, minha filha, que se chama Helena Vitória, estaria nos meus braços agora e não sepultada”, desabafa a mãe.
Ela diz que ficou decepcionada e revoltada com o descaso da saúde pública em Parauapebas que não vai mais voltar para a cidade. “Eu vou ficar na casa dos meus parentes aqui [Marabá]. Não volto mais para essa cidade”, diz a mulher, que está sob efeito de remédios, por conta da dor de perder o primeiro bebê, que estava sendo aguardado com muito ansiedade e amor por ela, seu esposo e familiares. “Eu estou despedaçada”, diz ela. Na semana passada, uma mulher morreu após parto no HGP. A família também acusa o hospital de negligência médica. Como o NNC não conseguiu contato com a direção do HGP, fica reservado espaço, caso queiram dar sua versão sobre o caso. (A Notícia Portal / Native News Carajás).