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Pará reabre escolas em meio à pandemia de coronavírus, após pressão das escolas particulares

Ensino privado e prefeituras podem retomar aulas presenciais. Governo retorna apenas 3º ano do médio, à distância, e prorroga retorno das demais séries para outubro na rede estadual. Professores dizem que não houve discussão adequada sobre a retomada.

Escolas particulares e prefeituras municipais no Pará já podem voltar com as aulas presenciais a partir desta terça (1º), após  decreto publicado pelo governo estadual. A determinação ocorre depois que representantes de escolas particulares protestaram pela retomada.

A secretária de Educação, Fátima Braga, informou que ainda não haverá aula presencial pela rede estadual e anunciou que chips de celular vão ser distribuídos para os alunos  da rede estadual. Ela também explicou que, nas outras redes, cada instituição particular e cada prefeito devem definir como será a retomada, respeitando aos critérios de prevenção ao coronavírus, como o distanciamento social.

No Pará, são  2.113.296 estudantes matriculados na rede básica de ensino, sendo 314.177 no infantil; 1.439.788 no fundamental; e 359.331 no ensino médio, de acordo com dados do Censo Escolar de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Questionada pela reportagem sobre a estimativa de alunos que devem voltar às aulas nesta terça, ou ainda esta semana, a Secretaria de Educação (Seduc) disse, por meio de assessoria, que responde apenas pela rede estadual, que possui 575 mil estudantes – 27% dos alunos matriculados na educação básica.

De acordo com a Sespa, o retorno das aulas presenciais no Pará foi pensado após “contínuas quedas no número de crianças infectadas”.

Em entrevista na última sexta (28), o secretário adjunto da Sespa, Sipriano Ferraz, disse que houve uma redução de mais de 60% na média móvel de crianças infectadas pela Covid-19 nos últimos 14 dias e, por conta disso, o governo decidiu retomar as aulas presenciais. Segundo o secretário, 11% de todos os casos positivados no Pará são de crianças. No caso de internações esse número cai 7%, segundo ele. Analisando as mortes, o número é menor: 0,8%.

Professores são contra retomada

A categoria de professores é contra o retorno sem os protocolos e estrutura necessários na rede pública, se posicionando contra a volta às aulas presenciais ou remotas, sob argumento de que há falta de tecnologia e estruturas nas escolas.

“Há muitas inquietações”, questiona Silvia Letícia da Luz, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp).

Ainda de acordo com a coordenadora, “não existem condições de garantir distanciamento social nas escolas, pois não há espaço adequado”.

Em reunião com os ministério Público do Pará (MPPA) e Federal (MPF) na última segunda (31), representantes do sindicato defenderam a abertura de uma ação civil pública contra o Estado, apontando para uma “situação de retorno sem discussões adequadas de protocolo; sem testagem da comunidade escolar e sem as condições que garantam a retomada”.

(G1.Pará)

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