O prêmio é concedido a pessoas que de alguma forma possuem atuações relacionadas aos direitos humanos, em nível municipal, regional e nacional. Por levar o nome de Frei Henri, a premiação é uma forma de resistência em uma das regiões que possui histórico de violações aos direitos humanos, principalmente no que tange à violência no campo e desmatamento.
Frei Henri
Da ordem dos dominicano, formado em Direito, Frei Henri atuou como advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Goiás e no Pará, tornando-se um dos maiores defensores dos direitos dos trabalhadores rurais e camponeses na região de fronteira agrícola da Amazônia brasileira.
Como advogado, teve atuação no Brasil a partir de 1984, quando obteve registro na OAB Goiás, e pouco tempo depois foi para o estado do Tocantins e em seguida mudou-se para o estado do Pará. Frei Henri atuou na condenação dos assassinos dos líderes sindicais João Canuto, morto em Rio Maria (PA) em 1985, e de seu sucessor, Expedito Ribeiro de Sousa, assassinado em 1991.
Em 1994, o dominicano foi condecorado com a Legião de Honra da França, e recebeu vários prêmios nacionais e internacionais por sua atuação em prol dos direitos humanos.
Por defender os pequenos agricultores e os sem-terra do Pará, Frei Henri foi ameaçado de morte na região de Xinguara (PA), onde residia, pelos fazendeiros locais. Na lista dos “marcados para morrer”, a sua cabeça valia R$100 mil. A da irmã Dorothy Stang, assassinada em 2005, R$50 mil.
O frade dominicano faleceu em Paris, aos 87 anos, no dia 26 de novembro de 2017. Em 2018 as cinzas de Frei Henri foram sepultadas no assentamento Frei Henri, localizado na PA-275, em Curionópolis (PA).
Premiação
A ideia do prêmio foi ocorreu em 2009, por ocasião de uma redação vencedora em âmbito nacional, sendo a partir daquele momento, suscitado a premiação para pessoas que vivenciam em seu cotidiano alguma contribuição na defesa dos direitos humanos. Em 2016, o Conselho da OAB de Xinguara formalizou a criação da premiação tendo Frei Henri a denominação do prêmio.
A IV edição do Prêmio homenageará mulheres defensoras dos direitos humanos inspiradas na pessoa do religioso e advogado Frei Henri: Sueli Aparecida Bellato, advogada e integrante da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi conselheira da Rede Social de Direitos Humanos e compõe o Grupo de Trabalho Araguaia (GTA); Luana Tomaz de Souza, Diretora Adjunta do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA, e Ayala Lindabeth Dias Ferreira, pedagoga e dirigente do setorial de direitos humanos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Estado do Pará (MST).
Programação
A premiação será a partir de 19h no auditório da OAB Xinguara com tema da palestra “O protagonismo das Mulheres na Defesa dos Direitos Humanos”.
A realização do evento conta com a parceria da Comissão Pastoral da Terra e do MST, que realizará no dia 14, no assentamento Frei Henri, em Curionópolis, celebração ecumênica, aula pública sobre o tema “Lutar não é crime! Movimentos sociais e a Democracia!” (A Notícia Portal/ OAB – Subseção Xinguara)