A interdição da Rodovia-BR-158, no sul do Pará continua e o bloqueio não tem dia nem hora marcada para acabar. De acordo com o ex-vereador de Cumaru do Norte e minerador, João Victor, o bloqueio só terá um fim depois que o presidente Jair Bolsonaro garantir que não haverá mais operação e queima de maquinários por parte do IBAMA, na região do sul do Pará.
‘’Não tem data para acabar com o bloqueio enquanto o Governo Federal não se pronunciar de forma oficial, garantindo que não haverá queima de maquinários nos garimpos da região do sul do Pará’’, relata João Victor. O bloqueio conta com a participação de garimpeiros e indígenas da etnia Kaiapó que interditaram, desde a tarde do último sábado 19, um trecho da Rodovia BR-158, que liga Redenção ao distrito de Casa de Tábua, município de Santa Maria das Barreiras e Cumaru do Norte.
A ação radical acontece em protesto a diversas operações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com apoio de homens da Polícia Federal, que queimaram dezenas de máquinas que operavam em garimpos clandestinos na região.
Representantes políticos do Estado do Pará, entre eles os deputados federais Joaquim Passarinho, Eder Mauro e o senador Zequinha Marinho, manifestaram apoio ao movimento.
Além do fim das operações com queima de maquinários, os manifestantes querem a regularização da atividade mineradora, conforme foi prometido pelo presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral. A assessoria do senador Zequinha Marinho (PSC), disse que o parlamentar paraense tem buscado alternativas no Congresso Nacional que possam trazer para o centro dos debates um dispositivo legal que ponha fim às práticas criminosas no Pará, dando legalidade a milhares de cidadãos brasileiros que, assim como as grandes empresas mineradoras, dependem da atividade produtiva para sobreviver com dignidade, mas necessita que o Governo Federal demonstre boa vontade e ação para regularizar a atividade mineral aos trabalhadores da área.
Ainda segundo um dos líderes do bloqueio, o movimento está organizado e tem recursos para manter a paralização por mais de um mês caso assim seja necessário. ‘’Nós não queremos continuar trabalhando de forma ilegal, como assim é chamado pelo IBAMA e Polícia Federal o nosso trabalho, e nem ter nossos maquinário que foi adquirido com suor e trabalho queimado pelo IBAMA, por isso se for necessário vamos ficar aqui até um mês e só vamos sair quando o presidente Jair Bolsonaro, garantir que não teremos mais nossas maquinas destruídas por agentes do IBAMA e nem da PF’’, disse João Pereira Lima.
O tráfego na rodovia fica interditado pelo prazo de 24 horas, depois desse prazo, são liberados os veículos que estão estacionados no bloqueio; a pista fica liberada por cerca de uma hora e volta a ser interditada. Somente ambulâncias e viaturas policiais são liberadas a passar pelo bloqueio. Os motoristas tem buscado uma rota alternativa, que segue pelo município de Santa Maria das Barreiras, no sentido Agrovila e saindo na estrada dos Gagos, área rural de Redenção. (Dinho Santos)