Estado do Pará

FALHA EM TRANSMISSÃO DESLIGA TURBINAS DE BELO MONTE E DEIXA ESTADOS SEM LUZ

Apagão teria atingido principalmente o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste

Usina de Belo Monte no Pará | Foto reprodução Internet

Um problema na linha de transmissão que leva energia elétrica do Pará para o restante do país desligou sete turbinas da usina hidrelétrica de Belo Monte e deixou diversos estados sem energia por cerca de 20 minutos, informou hoje a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Segundo relatos de moradores nas redes sociais, o apagão atingiu principalmente o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste. A Enel Brasil confirmou que locais da região Sudeste também foram afetados. Segundo a Enel Brasil, regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás foram afetadas pelo corte na luz. A distribuidora relatou ao UOL que uma “perturbação” no SIN (Sistema Interligado Nacional) interrompeu o fornecimento de energia “em algumas regiões” de suas áreas de concessão nesses estados “entre 11h26 e 11h39 de hoje”, mas a situação já foi normalizada.

A distribuidora EDP informou que, entre 11h26 e 11h51, cerca de 210 mil clientes de São Paulo foram impactados com a queda de fornecimento de energia, enquanto no Espírito Santo o problema ocorreu no mesmo horário e atingiu cinco clientes industriais. Segundo publicado pela Folha de S.Paulo, o problema também chegou a Minas Gerais.

A Neoenergia — que atua em 18 estados e no Distrito Federal — informou ter registrado, por volta das 11h30, uma “interrupção parcial de energia em trechos das áreas de concessão das suas distribuidoras”. A concessionária, porém, não especificou em quais trechos o problema foi detectado, mas disse que a operação voltou ao normal ainda no período da manhã.

Aneel cobra explicações

Em nota, a Aneel disse que já enviou um ofício à BMTE (Belo Monte Transmissora de Energia) pedindo explicações sobre o ocorrido. O problema teria afetado um bipolo do sistema de transmissão da usina, e levou a um corte de carga de 3,4 mil MW no SIN.

Ao todo, foram registradas duas ocorrências. A primeira, em 11h06, desligou o Polo 1 do Elo CC 800 kV Xingu/Estreito, que, de acordo com informações preliminares do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), estava transmitindo 1.996 MW. O problema sobrecarregou outros polos do sistema de transmissão associado à Belo Monte, mas sem causar danos ao Sistema Interligado.

Mas 20 minutos depois, às 11h26, ainda com o Polo 1 inativo, houve o desligamento do Polo 2 do mesmo sistema, que transmitia 1.983 MW. Foi este segundo problema que teria causado sobrecarga no Elo CC Xingu/Terminal Rio, sendo necessário desligar 6 unidades geradoras de Belo Monte. O apagão em alguns estados seria consequência disso.

“No ofício, a ANEEL estabelece 1 dia de prazo, a contar do recebimento do documento, para a concessionária apresentar esclarecimentos acerca da ocorrência e as medidas que estão sendo adotadas para solucionar o problema e evitar a reincidências dos acontecimentos”, acrescentou a agência.

A Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, informou que o “apagão” ocorrido na manhã de hoje não foi provocado pela usina, “mas sim por uma falha na linha de transmissão, operada por outra empresa”, no caso a BMTE.

Decreto contra apagões

Para tentar evitar novos apagões, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editou hoje um decreto que regulamenta a realização de leilões para compra de reserva de capacidade na forma de potência, que ficará disponível para contribuir com o atendimento da demanda por energia elétrica dos consumidores do Sistema Integrado Nacional.

Segundo o governo, a contratação dessa reserva de energia torna o sistema mais “seguro e estável”. Isso porque permite suprir eventuais oscilações na demanda devido a um aumento no consumo ou mesmo à flutuação na oferta de energia elétrica, como aconteceu hoje, após o problema em Belo Monte.

A definição do montante de reserva a ser comprado será feita pelo Ministério de Minas e Energia. A contratação, por sua vez, acontecerá por meio de leilão promovido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Todos os custos serão divididos entre os usuários de energia elétrica do SIN, de forma proporcional ao consumo.

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