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Coluna Ponto de Vista: O Brasil parece dar adeus a esquerda

*Por Marcus Aurélio

O DEM, por exemplo, ganhou em dez grandes cidades ao todo nas últimas eleições ocorridas no último mês de novembro. Entre as cidades, o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, o partido do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre saiu forte para a eleição de 2020. O PSD, com 10 grandes prefeituras e o Podemos, com 7 também tiveram um fortalecimento relevante, assim como o PP, que consolidou sua posição no espectro da centro-direita.

O grande derrotado foi o PT, que não elegeu nenhum prefeito nas capitais. Entre os partidos de extrema esquerda, a “Folha” destaca a vitória em Belém de Edmilson Rodrigues (Psol), destacando a participação de Guilherme Boulos, do mesmo partido, na capital paulista. O PSDB de João Dória manteve São Paulo, a maior cidade do país, com a reeleição de Bruno Covas, e continua com o maior número de prefeituras nos 94 grandes municípios do país, aqueles com mais de 200 mil eleitores.

Apesar de manter o domínio sobre São Paulo, os tucanos irão governar agora uma população de cerca de 20 milhões de pessoas, contra 30 milhões que governariam caso repetisse o resultado de quatro anos atrás. Outros partidos que saem com resultados expressivos nos grandes centros urbanos são MDB, DEM, PSD e Podemos.

Essas siglas não integram o chamado “centrão” no Congresso —o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab age alinhado em alguns momentos, em outros, não— e devem disputar com esse grupo o comando da Câmara dos Deputados, eleição que será realizada em fevereiro. O MDB foi o partido com mais eleitos nas grandes cidades do pais no segundo turno, dez, e teve um leve crescimento no conjunto dessas cidades, em comparação com quatro anos atrás.

Partido de centro-direita são os grandes vencedores nas 94 maiores cidades. Já o trio DEM, PSD e Podemos vem logo abaixo, com crescimento expressivo. Partido dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (AP), o DEM conquistou dez grandes cidades ao todo, entre elas o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, um crescimento de 100% em relação a 2016. Com a vitória no Rio, a população governada pelo partido subirá quase 200%.

Já a esquerda teve vitórias e derrotas e deve assistir a um rearranjo no grupo, com perda de prevalência do PT. Partido que esteve no topo do ranking de prefeitos eleitos nas grandes cidades de 2000 a 2012, o PT despencou em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, quando conseguiu emplacar apenas um prefeito de capital, Marcos Alexandre, em Rio Branco (AC).

Agora, o péssimo desempenho se atenuou timidamente, fruto da estratégia da legenda de priorizar os grandes centros, mas, mesmo assim, o resultado ficou bem distante dos anos em que controlava o governo federal e dos prognósticos traçados pela sigla. O partido não elegeu ninguém nas grandes cidades, no primeiro turno e não conseguiu levar nem Recife nem Vitória, suas principais apostas do dia 15 de outubro de 2020.

Marcus Aurélio Pereira Fialho é Biólogo, especialista em Educação Ambiental e Sociologia. Sugestões, comentários ou críticas, escreva para: marcus-cristao@hotmail.com.

 

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