Até a madrugada desta segunda-feira, os casos de Covid-19 cresceram 410% no Pará, em relação ao período anterior quando não havia a confirmação de transmissão comunitária do novo coronavírus.
Em 12 dias, entre 18 de março (quando ocorreu o primeiro diagnóstico), e o último dia 29, foram apenas 20 casos.
Já entre o dia 30 (quando foi confirmada a transmissão comunitária) e a madrugada desta segunda-feira (06/04) foram 82 registros da doença.
Ao todo, já são 102 casos confirmados, com duas mortes.
A partir de um levantamento do DOL, com base nos números divulgados, diariamente, pela Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), e da atualização dos casos pela Sespa, nesta madrugada, através do Twitter.
A transmissão comunitária significa que o vírus já circula no estado e que os moradores o transmitem uns aos outros, sem que tenham viajado a outros países, ou tido contato com quem viajou e com pessoas diagnosticadas.
Ou seja, não é mais possível saber quem contaminou quem ou monitorar boa parte dos infectados, na grande maioria sem sintomas, ou apenas com sintomas leves.
Em suas mais recentes coletivas à imprensa, o governador Helder Barbalho e o secretário de Saúde, Alberto Beltrame, têm reforçado os apelos para que a população fique em casa, de forma a reduzir a transmissão do vírus, o aumento dos casos graves e a sobrecarga do sistema de Saúde, o que poderá resultar em maior número de mortes.
Dos casos confirmados, apenas 12 (ou quase 12%) são idosos com mais de 60 anos, um dos grupos de risco da Covid-19.
Quase a metade (46%) está concentrada em duas faixas etárias consideradas de menor risco: jovens de 21 a 30 anos (21 confirmações) e adultos de 31 a 40 anos (26 confirmações).
No entanto, em 7 dos 16 novos casos divulgados na madrugada de hoje não há informações acerca da idade.
O estado também registra uma criança de 9 anos, de Belém, contaminada por um familiar; e uma jovem de 19 anos, também da capital, que teria contraído o vírus durante uma viagem ao estado de São Paulo.
Em coletiva à imprensa, no último dia 2, Alberto Beltrame comentou a prevalência de confirmações entre pessoas mais jovens, e a menor incidência entre os idosos.
Ele lembrou que, logo no início dessa pandemia, criou-se a ideia “de que era um problema de idosos”.
(Marcus Aurelio Pereira)