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ARTIGO: O que o Mandetta veio fazer no Pará?

 

O ex-ministro da Saúde Luiz Mandetta desembarcou em Belém por volta de meio-dia desta segunda-feira, 18. Na capital paraense, o médico participou de uma reunião fechada com o governador Helder Barbalho (MDB) para definir estratégias de combate ao Coronavírus. Ele chega ao Pará três dias após ter dito à jornalista Leda Nagle que o Pará seria o próximo epicentro da pandemia no Brasil. Porém, após o encontro, o discurso do médico mudou.

Segundo a Agência Pará, durante o encontro, o ex-ministro disse estar convencido de que a Região Metropolitana de Belém (RMB) passou pelo pico da doença no período de 20 de abril até a primeira semana de maio. Ainda conforme a publicação, Mandetta fez a análise de forma detalhada, depois de conhecer “as estratégias do Governo do Pará contra a propagação da covid-19”. Nesta segunda-feira, o Pará soma quase 15 mil casos confirmados de covid-19 e mais de 1,3 mil óbitos.

“Já tem mais de 390 leitos que foram expandidos dentro do SUS (Sistema Único de Saúde). Parece que Belém foi a cidade mais atingida, mas conseguiu contornar, isso com uma boa dose de sacrifício da sociedade, de fazer a diminuição da mobilidade para diminuir a transmissão. Parece que tá agora em um ‘platô’ com tendência de queda”, avaliou Mandetta, após Barbalho explicar ao ex-ministro que o período mais crítico da doença no Pará ocorreu quando os serviços de saúde, privados e do município de Belém, colapsaram e fecharam suas portas para novos atendimentos da covid-19. O período citado foi entre o fim de abril e a primeira semana de maio.

O governador disse ainda a Mandetta que, no pico da pandemia, o número de mortos saltou de oito por dia para quase 60. Segundo o Serviço de Verificação de Óbitos, a média histórica de mortes no mês de abril saltou de 40 por mês para cerca de 600. “Hoje estamos em uma média de 16, segundo o SVO”, afirmou o chefe do Executivo estadual.

A reunião contou com a presença de alguns secretários de governo, incluindo Alberto Beltrame, titular da Secretaria da Saúde. O encontro foi promovido pela Organização Comunitas BR e aconteceu no Palácio do Despacho. A entidade social é especialista em parcerias público-privadas e atua junto a governos estaduais e municipais. A imprensa não pôde acompanhar a pauta.

O ex-ministro ressaltou, ainda, que o próximo mês seria o de maior dificuldade na saúde pública do Estado. “Nas próximas duas ou três semanas, ela (Belém) vai sofrer muito, o sistema já está começando a fase de colapso e ela vai atravessar o mês de junho colapsada. Então, falar de atividade econômica em Belém do Pará… As pessoas vão conhecer gente que morreu, vizinhos, da sua família, então, não vai rolar”, enfatizou o médico.

(Marcus Aurelio Pereira)

 

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