O ministro da saúde, Eduardo
O ministro da saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a vacina contra covid-19 mais próxima de ser totalmente autorizada, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é da AstraZaneca. O imunizante da farmacêutica sueca tem parceria com a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A previsão de registro final, que leva 60 dias, é para o final de fevereiro. A declaração foi feita durante reunião em Brasília, nesta terça-feira (8), com governadores (presencialmente e por videoconferência).
Para a vacina AstraZaneca, o Governo Federal invetsiu quase R$ 2 bilhões, para a imediata aquisição, mediante registro, de 100 milhões de doses para serem aplicadas a partir de 3 de março até junho de 2021. E depois, mais 160 milhões de doses para o segundo semestre. Há ainda acordos para mais 112 milhões de doses de outros laboratórios.
Foi um encontro tenso e com várias acusações e discussões entre o governador de São Paulo, João Dória, e o ministro da Saúde. Dória anunciou um plano estadual de imunização, que já prevê a vacinação para o dia 25 de janeiro, usando o imunizante CoronaVac, do consórcio entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o renomado Instituto Butantan. Ao ser questionado se essa vacina, que é uma das mais adiantadas e com uma das melhores performances do mundo, seria apoiada pelo Governo Federal, Pazuello fez uma declaração confusa.
Pazeullo afirmou que todas as vacinas, se devidamente registradas e autorizadas pela Anvisa, poderão ser compradas se o preço foi atraente e se “houver demanda”. O Brasil tem mais de 177 mil mortos pela pandemia de covid-19 e mais de 5,8 milhões de casos. A doença afetou o país como um todo. Afetou o mundo todo. O ministro ainda fez uma crítica velada ao governador paulista, ao dizer que a vacina é do Instituto Butantan e não do Estado de São Paulo.
Por conta de regulamentos que permitem o registro emergencial ou compassivo de uma vacina, o prazo não agradou a maioria dos governadores presentes no encontro. Como a imunização já começou na Reino Unido, com a vacina da Pfizer-BioNTech — recusada pelo Brasil por demandar uma logística de refrigeração fora da realidade nacional —, a pressão por uma campanha de vacinação o mais rápido possível aumentou sobre os governos estaduais.
O governador do Pará, Helder Barbalho, participou presencialmente do encontro. Ele concordou, por enquanto, com os termos e o plano nacional apresentados. “Não deixarei de buscar a união para combater o novo coronavírus”, postou ele no Twitter, logo após o final da reunião. Mesmo assim, o Pará tem um plano estadual de imunização, que deve ser colocado em prática, caso o plano nacional tenha algum problema. (Fato Regional)