Estado do Pará

Alepa realiza Sessão para debater ações voltadas ao incentivo do Breaking

Foto: Celso Lobo (AID/Alepa).

A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) realizou na manhã desta segunda – feira (18), no auditório João Batista, uma Sessão Especial para debater políticas públicas no Pará voltadas ao Breaking, nova modalidade olímpica a partir dos Jogos da França em 2024. A solenidade atendeu ao requerimento do deputado Raimundo Santos.

“Tudo que foi dito hoje será incluído no Projeto de Lei nº 57/2022, que instituí o Programa Estadual de Formação de Campeões do Breaking para as Olimpíadas de 2024 que já apresentei nesta Casa. As pessoas que praticam essa modalidade precisam de apoio, de um local digno para treinos”, disse Raimundo Santos.

Ele destaca ainda os avanços já conquistados. “O Pará faz parte do Comitê Olímpico que foi inserido na modalidade das olimpíadas da França 2024. Na seleção brasileira de Breaking há oito integrantes e cinco são do Pará”, comentou.

O representante da Secretaria de Esporte e Lazer do Pará (SEEL), Darte Vasques, disse que “o esporte, inclusive breaking, ajuda a muitos. O esporte é disciplina para todos nós, só temos a ganhar. A iniciativa do Projeto de Lei do deputado Raimundo Santos ajudará fomentar o esporte dentro do Pará”, avaliou.

Leony Pinheiro, 26 anos, morador do bairro 40 Horas em Ananindeua, é tri – campeão brasileiro de breaking e bicampeão da eliminatória mundial. “A Sessão foi muito importante para os que vivem do breaking. Antes, acendemos uma vela e agora a luz, com essa sessão e o projeto do deputado Raimundo Santos. No Pará, não temos amparo em relação ao breaking, não temos política pública a esse universo que salva muitas pessoas. Existem muitos talentos no Pará, só necessitamos de apoio e ações que nos ajudem a mostrar como é transformador o breaking. Há 11 anos não tínhamos oportunidade e agora estamos tendo um olhar. Faço questão de estar na Alepa no dia da aprovação do Projeto de Lei”, disse.

Samuel Duarte tem 29 anos e é morador do bairro do Guamá, há 17 anos pratica a arte do breaking. “Espero que realmente esse projeto seja aprovado. Durante muitos anos fomos procurados por vereadores, políticos em geral, mas é primeira vez que vejo algo desse tipo, um projeto em nosso favor. Preciso ver esse projeto aprovado”.

“O breakimg é arte, é uma ferramenta educacional. O breaking me levou para outros rumos, sou dançarina e professora de breaking. No início sofri muito, mas não desisti e minha mãe é minha rede de apoio. Vou me formar em Licenciatura em Dança pela Universidade Federal do Pará (UFPA) este ano. Toda minha conquista, os pequenos passos foram por meio do breaking”, afirmou Thaisa Magalhães, b.girls (como são chamados os dançarinos), de 30 anos, mãe solo de duas crianças.

O evento contou com participação, virtual, do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley Teixeira e o diretor de Breaking do Conselho Nacional de Dança Desportiva (CNDD), José Bispo de Assis, representando o presidente do órgão, Patric Tebaldi e a Comissão de Atletas do Breaking do CNDD, Federação Paraense de Breaking (FPB), Amazon Hip Hop e Instituto Hip Hop Que Te Move.

Proposição

Para contribuir com o COB, CNDD e na melhor formação para a seleção brasileira da nova modalidade olímpica, o deputado Raimundo Santos já apresentou na Alepa o Projeto de Lei 57/2022 para instituir no Pará o Programa Estadual de Formação de Campeões do Breaking às Olimpíadas de Paris, Jogos Olímpicos seguintes e quaisquer outras competições no país ou internacionais.

Origem

Foi na região do Bronx, em Nova York, nos Estados Unidos, onde surgiu um dos principais movimentos de arte urbana na década de 70: o hip hop. Muito além da música, dança e arte gráfica caminharam juntas com essa revolução na cultura de rua. Os djs que tocavam nas festas inventaram um jeito inédito de tocar rap, com as mudanças abruptas no ritmo da música e que possibilitaram o surgimento do breaking. O rap chegou ao Brasil através de um show em São Paulo, em 1984, do grupo americano Public Enemy e logo ganhou fãs nas periferias da cidade. Alguns grupos passaram a se reunir nas ruas ao som do hip hop e acompanhados de passos de dança. Um dos pioneiros mais conhecidos é o pernambucano Nelson Triunfo, responsável por difundir a cultura de rua no país.

Formato

A competição é uma espécie de batalha de um contra um, onde cada apresentação tem em média um minuto de duração. A dança precisa ter começo, meio e fim, além de, claro, criatividade e originalidade. Não há notas, mas uma decisão conjunta dos juízes para apontar o vencedor da disputa.

Nomenclatura

Como esse estilo de dança de rua surgiu nos Estados Unidos, muitos termos são em inglês, a começar para a nomenclatura oficial dos praticantes. Homens são chamados de B-boys e as mulheres de B-girls. Os americanos inclusive usam como verbo “breaking” ou “b-boying” para a ação de dançar. Outro termo importante é o nome propriamente da modalidade: o correto é breaking e não breakdancing.

Jogos Olímpicos

Breaking fez sua estreia olímpica nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires, em 2018. Após o sucesso, foi escolhido para figurar no programa de esportes olímpicos de Paris 2024 como um novo esporte, juntamente com surfe, skate e escalada esportiva, com intuito de atrair mais jovens. A Federação Internacional de Dança Esportiva, a WDSF (World Dance Sports Federation), tem trabalhado em estreita colaboração com o COI para desenvolver um sistema qualificatório para Paris 2024 que seja justo e inclusivo para todos os b-boys e b-girls em todo o mundo.

Fonte: Assembleia Legislativa do Pará

 

 

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